A Defensoria Pública em Paraty, no litoral do estado, tem atuado para estreitar vínculos com comunidades tradicionais no município. Os esforços são capitaneados pela defensora pública Renata Jardim da Cunha River, titular da comarca.
“Nossa missão tem se estendido a diversos territórios locais. Em busca de uma presença mais efetiva, estabelecemos contatos e nos aproximamos de comunidades caiçaras, indígenas e quilombolas”, explica Renata.
Ela explica que são realizadas oficinas semanais para treinar a equipe e, em diversas ocasiões, recebem líderes dessas comunidades. “Durante esses encontros, identificamos a necessidade de atendimento na aldeia Itaxi, em Paraty Mirim. Ao visitar a aldeia, percebemos não apenas as dificuldades físicas de deslocamento enfrentadas pelos indígenas, mas também a complexidade na compreensão de seus direitos”, revela.
CLIQUE AQUI PARA VER FOTOS DAS AÇÕES
Diante do cenário, promoveram uma aproximação efetiva. Realizaram oficinas e encontros com líderes indígenas e colaboradores do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, braço executivo da Fundação Oswaldo Cruz para compreender as particularidades de cada região. “Parati se revela uma região extremamente complexa, rica em diversidade em cada cantinho que vamos”, diz.
A iniciativa de estender os serviços da Defensoria às aldeias ganhou força, contando com o apoio fundamental de parceiros. No último dia 25 de novembro, a equipe se deslocou até a aldeia.
“Dois dias antes da visita, realizamos uma significativa doação de brinquedos às crianças locais, proporcionando momentos especiais. Durante a visita, montamos os brinquedos doados e dedicamos a manhã para atender às demandas identificadas, documentando-as para encaminhamento à tutela coletiva”, conta a defensora.
Além disso, em parceria com o Detran, a Defensoria oferece atendimento, especialmente para questões relacionadas à documentação, uma preocupação crucial na comunidade. “Colaboramos também com a Coordenadoria da Mulher, identificando e tratando casos de violência contra a mulher, um problema grave em Paraty”, acrescenta.
A intervenção, realizada em conjunto com a assistência social, abrange desde documentação e inscrição no CAD até cortes de cabelo.
“Para nós, na Defensoria Pública, é gratificante perceber que estamos fazendo a diferença. Ao superar barreiras físicas e de compreensão, estamos contribuindo para que as comunidades tradicionais acessem a justiça de maneira efetiva, promovendo um ambiente mais justo e inclusivo. Essa experiência reforça nosso compromisso com a defesa dos direitos e a construção de uma sociedade mais igualitária”, finaliza Renata.