A ADPERJ se uniu na tarde desta segunda-feira, 06/07, com lideranças religiosas e de movimentos sociais, parlamentares e secretários de governo para agir em favor da liberdade de crença no estado do Rio. Na sede da Secretaria de Direitos Humanos, a Defensora Pública, Glauce Franco, renovou o assento da Associação no Grupo de Trabalho Permanente para o Enfrentamento à Intolerância e Discriminação Religiosa, para o biênio 2015 – 2017.
Desde 2013, a Defensora representa a ADPERJ nos debates e resoluções do Grupo – composto por militantes da causa e 19 segmentos religiosos. Eles são responsáveis por trocar experiências e montar estratégias para a manutenção da liberdade religiosa no estado.
No ano passado, as Defensoras Glauce Franco e Patrícia Magno também trabalharam na elaboração do Plano Estadual de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos. O documento possui uma série de recomendações práticas para que os aparelhos estatais protejam e promovam a liberdade religiosa.
Na cerimônia desta segunda-feira, o Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da SEASDH, Cláudio Nascimento, afirmou: “a luta agora é para que o Plano seja implementado pelo governo do estado”.
Realidade fluminense
No mês passado, uma menina de apenas 11 anos foi apedrejada ao sair de um culto de candomblé. O caso ganhou repercussão, mas, infelizmente, está longe de ser o único. A realidade da intolerância no Rio de Janeiro é maior, mais frequente e ainda ignorada pela maioria da população.
De acordo com a Coordenação do Centro de Promoção de Liberdade Religiosa e Direitos Humanos – CEPLIR – cerca de 80% das vítimas de intolerância no estado são devotos das religiões de matriz africana. Essa mesma intolerância, muitas vezes, se expande para questões sexuais e raciais, corroendo as bases da diversidade social.
Mas o que está sendo feito para proteger a liberdade de crença individual? É pensando nesta questão que a ADPERJ quer promover em setembro um dia de debates, reunindo em torno do mesmo tema a Defensoria Pública e demais instituições jurídicas, acadêmicos, lideranças religiosas, Polícia Civil, parlamentares, Secretarias de Estado, entre outros.
A ADPERJ escolheu setembro porque é o mês que acontece na orla de Copacabana, a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, evento que já faz parte do calendário da cidade e chama atenção para o tema.